Ali Shamkhani, principal assessor do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, morreu no hospital um dia após os ataques lançados por Israel na sexta-feira (13).
Shamkhani representou Teerã nas negociações que selaram um acordo histórico para o restabelecimento dos laços diplomáticos com a inimiga Arábia Saudita. O assessor atuou como a principal autoridade de segurança nacional do país por uma década, a partir de 2013, e antes disso ocupou diversos cargos importantes, incluindo o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e o Ministério da Defesa.
Ele era uma estrela em ascensão na diplomacia iraniana, bem conhecido nos círculos de política externa em Washington e na Europa.
Shamkhani representou o Irã em negociações mediadas pela China com autoridades sauditas, que levaram os dois países a concordarem em restabelecer os laços diplomáticos após anos de hostilidade. Mas ele foi abruptamente substituído em meados de 2023.
O ex-chefe de segurança nacional era ambicioso, dizem os especialistas, e tinha um vasto portfólio. Ele concorreu à presidência em 2001 para ocupar cargos importantes no IRGC e no Ministério da Defesa. Alguns analistas sugeriram na época que Khamenei pode tê-lo considerado ambicioso demais. Ainda assim, ele permaneceu um assessor próximo do líder supremo e deu conselhos enquanto o Irã retomava as negociações nucleares com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
Em abril, dias antes das negociações com os americanos, ele alertou que Teerã poderia expulsar os inspetores nucleares da ONU e cessar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se se sentisse ameaçada.
Por Wanderson Gomes (@w4ndersongomes)